Uma madrilena excepcional e uma perfeita criatura da Cabra, pela sua formaτπo e inteligΩncia. Beatriz Galindo, que seria conhecida nos seus dias como A Latina pela sua maestria na lφngua clßssica, Θ uma digna Cabra, amante da ciΩncia e das letras, pessoa interessada pela cultura, raro entπo, e dedicada a ela, mestra da rainha Isabel, a Cat≤lica, e dos seus filhos, neste latim que dominava e em tudo quanto continha esse idioma. Veφculo universal quando o Universo terminava em Finisterre e o mar era desconhecido e tenebroso.
Com certeza, Beatriz estava imersa, talvez inconscientemente, na marΘ vivificante do Renascimento, desta nova era de Ocidente, que via com olhos de respeito e admiraτπo como se ia re-descobrindo todo o tesouro cultural e artφstico do mundo clßssico, esse caudal imenso da cultura helena e romana, tapada pelo esquecimento e quase um milhar de anos de obscurantismo e imobilismo. Traduzidos pelos ßrabes de C≤rdova, resgatados pelos poucos curiosos que salvaram das ruφnas de Alexandria, s≤ se p⌠de salvar uma parte da obra magnφfica do mundo antigo e foi necessßria a passagem de mil anos para que os seus fragmentos tomassem sentido. Culpada de tal destruiτπo foi a passagem de bispos cristπos, ciumentos dos deuses anteriores, dos novos conquistadores sucessivos, tanto germanos como beduφnos, da iconoclastia generalizada dos muitos homens que foram destruindo a tarefa maravilhosa realizada nas margens do MediterrΓneo.
Nπo se sabe porquΩ, mas abundam os que encontram nos Cabra uma sΘrie de defeitos mais pr≤prios de uma estimaτπo zoom≤rfica do que da simbologia e dos seus caracteres. Se diz que os Cabra sπo pouco disciplinados, que nπo conhecem a constΓncia, etc. Se isto Θ assim, jß me dirπo o que Θ que tem que ver entπo uma mulher como A Latina, ou um homem como Franz Kafka. Podemos fazer a mesma consideraτπo com outros personagens cΘlebres, como Simone de Beauvoir, Cervantes, atΘ o pr≤prio Buster Keaton. Toda a sua vida estß regida pela constΓncia e pelo esforτo mas jß se sabe: ou o hor≤scopo mente descaradamente ao tentar amontoar os seres humanos negando o seu direito α diferenτa, ou mentem os que dπo ao animal emblemßtico a preferΩncia sobre o signo que implica.
Mas, α parte desta mania zootr≤pica, digamos que os Cabra possuem a honra de serem generosos e de se preocuparem pelos outros que nπo tiveram a sua sorte. A fundaτπo do convento e hospital Θ uma clara confirmaτπo desta atitude de ajuda para com os necessitados, mas nπo parou lß e fundou depois o convento da Concepτπo Jer≤nima, que seria o seu lar a partir da morte da Rainha, quando tinha s≤ vinte e nove anos. Neste convento permaneceria atΘ a sua morte, verificada aos cinqⁿenta e nove anos.
CABRAS C╔LEBRES
Lech Walesa, Balzac, Miguel de Cervantes, Simone de Beauvoir, Miguel ┬ngelo, Marcel Proust, Tirso de Molina, Mark Twain, Groucho Marx, Beatriz Galindo, Eva Per≤n, John Ford, CΘsar Borgia, James Dean, Liszt, Paul Valery, Mussolini...